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sábado, 27 de novembro de 2010

Como e para quê utilizar a MBI??? ECOLOGIA DE POPULAÇÕES

A relação entre as variações individuais e a viabilidade das populações permanece como uma questão não resolvida na Ecologia. O autor argumenta que é necessário entender esta relação para decidir quando é necessário representar a variação individual em modelos usados para analisar a viabilidade da população, enfatizando que esta relação reflete de maneira clara a interface entre ecologia e evolução. A perspectiva evolutiva sugere que as variações herdáveis podem ter consequências positivas ou negativas, dependendo do contexto seletivo.

Neste contexto, o autor objetivou neste trabalho responder a três questões. Primeiramente, como a variação individual na idade de maturação influencia na persistência de uma população do peixe Acipenser transmontanus quando estas variações não são herdáveis? Segundo, como a influência da herdabilidade influencia a relação entre variação individual e persistência da população? E finalmente, qual é o papel da seleção na mediação da relação entre a variação individual e persistência da população? As três questões foram avaliadas no contexto das populações de white sturgeon antes e depois do estabelecimento de uma barragem de um rio (contextos seletivos distintos), habitat usado na modelagem baseada no indivíduo.

O modelo demográfico criado simulou o crescimento, a reprodução e a mortalidade dos indivíduos. O design do modelo variou segundo a variação individual, herdabilidade e regime seletivo. Para cada cenário, o autor simulou 100 réplicas da população por um período de 1000 anos.

Quanto a primeira questão, ele verificou que quando a variação individual na idade de maturação sexual estava presente, a persistência da população decresceu após 1000 anos, somente no regime seletivo de pré-barragem. Em relação à herdabilidade, o autor verificou que os resultados foram distintos a depender do regime seletivo em questão (pré ou pós-barragem). No cenário pré-barragem não foi detectada nenhuma tendência em relação a persistência da população quando a variação era herdada. No entanto, no cenário pós-barragem houve um aumento da tendência à persistência da população à medida que se aumentava o grau de herdabilidade de tal variação. Além disso, após 1000 anos de simulação, a idade média de maturação sexual não respondeu à herdabilidade, em regime pré-barragem (seleção estabilizadora). Já no regime pós-barragem, a idade média de maturação sexual decresceu (seleção direcional).

O presente estudo traz importantes contribuições visto que ele indica que é impossível prever os efeitos da variação individual, herdáveis ou não, sobre a persistência da população sem entender o regime seletivo sobrejacente.  O autor demonstrou no sistema simulado, diferente de estudos prévios, que o aumento da variação individual na idade de maturação sexual, não conduz necessariamente a uma maior probabilidade de persistência da população. A variação individual neste traço somente aumenta a probabilidade de persistência sob regime seletivo alterado e quando a variação foi herdável.
Resumido por: Jeferson Coutinho

JAGER, H. I., 2001. Individual variation in life history characteristics can influence extinction risk. Ecological Modelling, 144: 61–76.
Para ler o artigo na íntegra clique aqui: Individual variation in life.pdf

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